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Grupo Ortega teve a honra de entregar sua primeira obra que obteve a Certificação Leed Gold


A Schmersal fabrica produtos para segurança e automação industrial. Recentemente construiu, em Boituva, interior de São Paulo, um novo edifício de 2.400 metros quadrados para abrigar as instalações de escritórios, salas de treinamento e showroom. Graças às estratégias sustentáveis o edifício foi contemplado com a Certificação LEED Ouro do USGBC. Uma das poucas empresas no Brasil certificadas LEED, o Grupo Ortega foi contratado para a execução da obra.
Rogério Baldauf, diretor-superintendente da Schmersal, relata que a preocupação com a certificação da obra iniciou-se pela envoltória. Na cobertura houve cuidado com o índice de reflexão das telhas assim como com o seu isolamento térmico. Os vidros são todos duplos, insulados, com um material especial de alto reflexão e baixa transferência de calor para o lado interno. O prédio é todo revestido em alumínio prensado.
O piso é todo de material reaproveitado, reciclado, fornecido pela Ecopietra. É produzido a partir de grãos e resíduos da pedra. O material rejeitado pelo processo recebe um adensamento com resina, e o resultado é um piso totalmente reciclado.
Também buscando maximizar o isolamento térmico e acústico foi utilizado um forro da Hunter Douglas, que facilitou também a certificação LEED. Assim como os demais materiais utilizados, o produto, fabricado a partir de lã mineral, não possui materiais voláteis e não é inflamável.
“Em toda a parte externa houve cuidado para combater a carga térmica. Além disso, apesar de termos maximizado a área de iluminação natural, nós colocamos persianas externas também próprias para aumentar a eficiência, evitando a entrada de calor sem necessariamente escurecer o ambiente. Elas são todas motorizadas, comandadas automaticamente dependendo da incidência de Sol; à medida que o Sol banha uma determinada face do prédio elas automaticamente baixam para garantir a maior eficiência em qualquer situação, tanto na proteção do Sol quanto na maximização da iluminação natural”, diz Baldauf.
A iluminação artificial também foi planejada para contribuir para a maximização da eficiência. “Na prática, durante o dia se usa muito pouco a iluminação, pois a natural é suficiente. Mas todo o prédio tem sensores de luminosidade, a iluminação funciona automaticamente mantendo uma quantidade de lux necessária em cada ambiente, de cerca de 500 lux. Tendo suficiente iluminação natural, essas luminárias dimerizam, reduzem até um ponto de desligar totalmente; reduzindo a iluminação natural a iluminação das lâmpadas aumenta para manter constante o nível de iluminação”, explica o superintendente da Schmersal.

O sistema de iluminação artificial é totalmente automatizado. Em primeiro lugar todos os comandos são em wireless. Não existem cabos entre os interruptores e luminárias. “Eu simplesmente pego um interruptor, colo ele em qualquer lugar, programo o que ele vai fazer e acendo ou desligo a iluminação por esse comando wireless. Ele não usa energia nem bateria, o próprio movimento do dedo empurrando a tecla gera energia que transmite o sinal para comunicar com a antena central, que faz o comando da iluminação. Nesse sistema eu tenho também a programação para fazer o desligamento automático, às 18h eu desligo todo o prédio, depois de 2 horas eu desligo de novo, para garantir que nada fique ligado desnecessariamente”, afirma Baldauf.
Para chegar a esses resultados foram feitas simulações da envoltória, níveis de insolação, necessidade de iluminação artificial, entre outras. Os procedimentos foram comprovados por comissionamento e, no startup foram feitos os ajustes necessários.
O edifício é totalmente condicionado. O sistema instalado é do tipo expansão direta, o VRF (volume variável de refrigerante). Para garantir as condições ideais de qualidade do ar calor tipo ar-ar, no caso o Losssnay fabricado pela Mitsubishi. Neste tipo de recuperador de calor o ar de exaustão, já resfriado pelo sistema, encontra-se com o ar de renovação, mais quente. Há, então, um processo de absorção pelo ar de renovação do frio contido no ar exaurido, contribuindo para a economia de energia.
Devido às dimensões do prédio, composto por térreo e mais dois andares, não é possível utilizar elevadores com recuperação de energia. “Geralmente é feita a opção pelos elevadores hidráulicos, mas nós optamos por utilizar um elevador de tração elétrica com um motor de alta eficiência, da Bass. Mas toda a parte de comando é nossa, pois nossa empresa fornece componentes para segurança, automação e elevadores também; portanto toda a automação do elevador é nossa”, explica o superintendente da Schmersal.
O edifício também faz um bom gerenciamento da água utilizada. Toda a água utilizada nos vasos sanitários e nas áreas externas é de reuso. A água da chuva é coletada no telhado e encaminhada para uma cisterna, dimensionada para que durante todo o ano, inclusive na época de seca, possa ser utilizada. Além disso, todos os sistemas dos banheiros são de baixo consumo, desde as descargas, até as torneiras, entre outros. Baldauf ressalta, também, que todos os cuidados para a gestão da água e combate à erosão no terreno foram tomados, incluindo contenção.
A Command foi o agente comissionador do projeto. “O comissionamento é pré-requisito para a certificação LEED, e o nosso objetivo sempre é o de garantir que o que foi projetado será literalmente implementado em prol de performances e respostas mais eficientes. Somos os olhos do empreendedor e cliente durante a fase de projeto e de obras”, afirma Rahman Pesciotta, diretor da Command Commissioning Brasil.
O agente comissionador explica que o sistema de automação para o controle de programação horária dos sistemas de ar condicionado e de iluminação, colaborou muito na redução de consumo de energia elétrica.
A Command, ainda segundo o diretor, “revisou o requerimento do proprietário e também as premissas de projeto e disseminou a todos os envolvidos no processo de certificação o conteúdo destes documentos de forma a equalizar as estratégias e focar em uma direção única os trabalhos. Elaborou as especificações de comissionamento descrevendo as todos os participantes, principalmente instaladores, todas as responsabilidades necessárias dentro de um comissionamento para a certificação LEED.”
O trabalho de comissionamento consistiu, ainda, na revisão das propostas técnico-comerciais dos instaladores; nos testes pré-funcionais buscando garantir a perfeita e correta instalação dos equipamentos; e elaborou os testes funcionais e os testemunhou de forma a garantir as melhores performances focando a redução no consumo de energia elétrica.
“Realizamos, ainda, uma segunda revisão de projetos de forma a garantir o devido as-built, além de revisar as apostilas de treinamento e as listas de comprovação dos treinamentos”, afirma Pesciotta. A empresa também foi a responsável pela elaboração do manual dos sistemas de forma a perpetuar a toda a equipe de facilities todos os sistemas instalados facilitando a operação e a rastreabilidade de eventuais problemas.